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Nadi Shodhana

  • Foto do escritor: Rosane Abude
    Rosane Abude
  • 12 de out. de 2021
  • 4 min de leitura

INTRODUÇÃO


Nadi Shodhana é a junção de duas palavras em sânscrito: Nadis e Shodana. Também conhecido como Nadi Shuddhi ou Anuloma Viloma.


É considerado um exercício preparatório ao Pranayama, mas também, pode ser considerado um Pranayama, caso seja executado com pausa respiratória.


Segundo os textos tradicionais do Hatha Yoga, Nadis significam todo tipo de passagem ou canal dentro do corpo. Podem ser os tubos repiratórios, digestivos, linfáticos ou os caminhos por onde passam os nervos. Nadi também pode significar narina.


Na fisiologia sutil do Yoga refere-se a Nadi como um termo técnico para os numerosos canais que percorrem o corpo sutil, transportando o prana (força vital que mantém as atividades do corpo físico).


As nadis Ida, Pingala e Sushumna são consideradas as três nadis mais importantes. Sendo Ida representada pela lua ou narina esquerda, Pingala pelo sol ou narina direita e Sushumna ou Bhramarandana representada por Agni, por onde o prana se ascende, processo conhecido como o despertar da Kundalini Shakti.


A filosofia do Yoga é cheia de simbolismos e significados, o que a deixa mais encantadora. Shakti representa a deusa, esposa de Shiva. Shiva é um dos deuses na trindade da religião induísta, que representa aquele que destroe as ilusões. Shakti convenceu Shiva a compartilhar com os humanos as técnicas de Yoga, para ajudá-los no caminho da autotransformação e bem aventurança eterna.


É este o significado do despertar da Kundalini, o momento que o homem comum encontra a sua luz sua interna e ascende no mais alto grau de elevação espiritual, ou seja, no mais alto nível de autorealização humana.


Shodhana significa limpeza.


Então, Nadi Shodhana significa limpeza das nadis. E o despertar da Kundalini Shakti procede à purificação de todas as nadis do corpo.



EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO


A Forma


O Nadi Shodhana é um exercício de respiração alternada entre as duas narinas: esquerda (Ida ou chandra) e direita (pingala ou surya).


A respiração deve ser pela narina de forma lenta, profunda, silenciosa, agradável e consciente. Pode ou não haver pausa respiratória com ar (kumbhaka).


Caso seja feito como um Pranayama, observar o ritmo respiratório das três etapas da respiração: inspiração (puraka), pausa respiratória (kumbhaka) e da expiração (rechaka), descrito no texto: Conceitos Gerais sobre o Pranayama. Leia neste mesmo blog.


Todo exercício respiratório deveria ser realizada com o máximo de conforto e comodidade. Deveria haver um fluxo respiratório contínuo, suave e sem sensação de falta de ar. A mente deve acompanhar de perto o movimento da respiração, com o máximo de concentração.


Recomenda-se deixar o abdômen levemente contraído, pois permite uma inalação de mais oxigênio do que o abdômen solto. Os músculos abdominais controlados, no que concerne à preparação dos nervos, levam vantagem decisiva em relação aos músculos abdominais que estão relaxados. Além de ajudar a manter a coluna ereta com mais facilidade.


Na inalação nem os músculos faciais , nem os do nariz devem estar contraídos.


A Postura


O exercício deve ser feito na posição sentada com a coluna ereta, de forma estável e confortável. O uso de almofada abaixo do quadril, para muitas pessoas, deixa a postura mais fácil.


O conforto é extremamente importante nas técnicas mais sutis, como são as de respiração, porque elas exigem maior concentração e interiorização, para percebermos os efeitos advindos da técnica.


Caso ainda não tenha o corpo preparado para sentar em postura de meditação no chão, por um período mais longo, não existe perda absolutamente nenhuma sentar em uma cadeira ou banco. A única exigência é manter a coluna ereta, de forma estável e confortável.


A Técnica


1. Fecha a narina direita com o polegar da mão direita

2. Inspira pela narina esquerda

3. Pausa respiratória em Jalandhara Bandha (opcional)

4. Fecha a narina esquerda com os dedos anelar e mindinho

5. Expira pela direita

6. Volta inspirando pela mesma narina, a direita

7. Pausa respiratória em Jalandhara Bandha (opcional)

8. Fecha a narina direita com o polegar direito

9. Expira pela narina esquerda

10. Retorna ao primeiro item


Caso tenha feito pausa respiratória, é recomendado que faça um intervalo de 30 segundos a 1 minuto, entre os ciclos ou por mais tempo, se sentir necessidade.


Importante falar que o praticante não deve sentir falta de ar. Não é recomendado o exagero na pausa ou no ritmo respiratório.


No texto do Gheranda Samhita é indicado praticar com mantras bija ou qualquer outro mantra e Bandhas.



BENEFÍCIOS


1. Segundo o Yoga Sutras de Patanjali, se praticado corretamente, por longos períodos de tempo e, simultaneamente, for seguido o regime de vida do Yoga, o corpo físico torna-se-á leve e cheio de vitalidade e a mente, calma e tranquila.


2. Tende a remover a congestão dos canais respiratórios e as impurezas de todas as nadis.


3. O processo respiratório está conectado diretamente com o hipotálamo, o centro que controla as emoções. Quando a respiração é irregular, cria respostas inadequadas ao nível do hipotálamo. Ao estar consciente do processo respiratório e controlando-o, todo o sistema é controlado.


4. Quando se mantém em pausa respiratório por um tempo, aquieta-se a mente.


“Assim como as impurezas dos metais são queimados pelos foles sobre o fogo, todas as impurezas do corpo são consumidas e os defeitos retificados pelo controle e regulação da respiração se feita de forma adequada...” Manu VI,71-72 e II 83.


Nas nossas aulas regulares de Hatha Yoga praticamos Nadi Shodhana e outros exercícios respiratórios, além dos asanas (posturas), bandhas, mudras, pranayamas e meditação.



Agende uma aula experimental gratuita e venha praticar com a gente.







Bibliografia: A Essência do Hatha Yoga – Alicia Souto e A Ciência do Yoga - Taimni

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