Independência Emocional

Ultimamente tenho me sentido cada vez mais independente emocionalmente de outra pessoa, refletindo em uma sensação de paz, alegria e saúde em todo o meu ser.

Não sei se é a maturidade, se foi isolamento que nos foi imposto na pandemia ou o trabalho de autoconhecimento que o Yoga tem me proporcionado nos últimos 22 anos e, mais intensamente, nos últimos 5 anos ou tudo junto e misturado.

Acho que a última etapa desse processo é me sentir emocionalmente independente dos meus filhos. E isso não significa que não irei sentir saudade e muito menos deixar de querer estar com eles, quando for possível. Significa não sofrer com a ausência deles, ou melhor, ficar feliz por eles estarem felizes onde quer que estejam nesse mundão de meu Deus.

E por mais antagônica que seja ou não essa minha próxima afirmação, tem me trazido uma sensação de liberdade e de abertura a inúmeras possibilidades em minha vida, que antes parecia um sonho quase impossível.

Isso tem me feito refletir sobre o que me tem levado a chegar nesse novo jeito de olhar a vida. Eis as minhas reflexões:

• Será que quanto menos criarmos expectativa com relação ao que o outro diz ou faz, quem quer que seja esse outro, mais teremos paz, alegria e saúde?

• Será que quanto menos nos importarmos com o que o outro diz sobre nós, porque sabemos exatamente quem nós somos e as nossas reais intenções, mais teremos paz, alegria e saúde?

• Será que quanto mais ouvirmos com serenidade e coração aberto a opinião do outro sobre qualquer coisa, para entendê-lo melhor e ter mais compaixão com a sua história, suas crenças e suas dores, mais teremos paz, alegria e saúde?

• Será que quanto mais olharmos com humildade para dentro de nós, reconhecendo as nossas fragilidades e qualidades, para que a cada dia possamos ser pessoas melhores, mais teremos paz, alegria e saúde?

Para mim não é nada fácil praticar não ter expectativas.

Entendo que é bem difícil ouvir opiniões, sem ficar procurando uma resposta para contra-argumentar, pelo contrário, tentando compreender verdadeiramente outros pontos de vista. Não é fácil colocar-se no lugar do outro, muito menos saber onde precisamos melhorar. No entanto, tenho uma única certeza, esse é o caminho que tem me trazido paz, alegria, saúde e independência emocional.

E nada disso significa que seremos indiferentes, muito pelo contrário, construiremos relações muito poderosas e harmoniosas com o outro e com nós mesmos, sem cobrança ou ressentimentos, apenas com base no respeito, no amor e na aventura que é viver.

Revisoras: Juliana Bornio (@jubormio) e Clara Corrêa (@clarracorrea)

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