Por Rosane Abude
As reportagens da Rede Globo são sempre muito primorosas. E não foi diferente com o texto de Adriana Camargo.
O texto, ao abordar sobre a prática do Yoga, destaca dados de pesquisas importantes sobre os efeitos calmantes que essa atividade proporciona, dentre outros benefícios.
E me deixa muito feliz ver a mídia divulgando esses dados, pois, em setembro desse ano, participei do Simpósio Internacional de Yogaterapia, o que me permite afirmar que o texto é perfeito e verdadeiro.
Por outro lado, o que me entristece é ver a divulgação do Yoga, na maioria das vezes, vinculada a fotos ou vídeos de posturas difíceis e perigosas, com mulheres magras, lindas e ricas. Esse tipo de estereótipo afasta a maioria das pessoas de uma prática tão maravilhosa benéfica para nosso corpo, mente e espírito. Estudos já comprovaram o afastamento da população em geral, por causa desse estereótipo.
Outro ponto que pesquisas já evidenciaram é que as invertidas, que se apoiam ou tenham
uma inclinação muito intensa no pescoço, podem causar problemas graves na coluna cervical, podendo deixar pessoas paraplégicas ou levar até a morte, como aconteceu recentemente em dois incidentes com uma aluna (paraplégica) e um surfista brasileiro (morte).
Existem muitas posturas no Yoga que chegam ao mesmo resultado. Não precisamos e não devemos colocar nossos alunos em risco.
Segundo Patanjali, sábio hindu que estruturou o Hatha Yoga, o princípio das posturas do Yoga é que elas sejam fáceis, estáveis e confortáveis, para levar a nossa mente para dentro e ter os efeitos que o texto descreve muito bem.
Como professores de Yoga, precisamos assumir uma das missões que nos foi dada pelos pesquisadores do Simpósio, inclusive médicos e pesquisadores do Hospital Einstein e da Universidade de Harvard, que é divulgar um Yoga fácil e acessível a todos. Algo que a mídia não tem ajudado muito com as suas fotos e vídeos de posturas difíceis e perigosas.
Peço a Globo e a todos os canais de comunicação que continuem divulgando os inúmeros benefícios do Yoga, buscando comunicar que é uma prática para todos, sem exceção, publicando fotos de posturas fáceis, seguras e com pessoas de diferentes raças, gêneros, idades, credos, níveis sociais, tipos físicos e deficiências físicas ou mentais.
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